
Um grupo de representantes do setor empresarial se reuniu na manhã desta 3ª feira (28) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pediram que a Casa toque projetos ligados ao meio ambiente.
A imagem do Brasil no exterior ficou degradada nos últimos 2 anos por causa do desmatamento, principalmente na Floresta Amazônica. O mercado internacional passou a pressionar o país, e importantes atores da economia nacional passaram a ver potencial de prejuízos por causa deste movimento.
Estiveram na reunião com Maia, por videoconferência:
- Leila Melo (diretora-executiva do Itaú)
- Domingo Lastra (CEO da ADM na América Latina)
- Patricia Audi (vice-presidente executiva do Santander Brasil)
- Otávio Carvalheira (CEO da Alcoa no Brasil)
- André Nassar (presidente da Abiove);
- Carlo Pereira (presidente do Pacto Global);
- Marcello Brito (presidente da Abag);
- Paulo Hartung (presidente do Ibá).
Também participaram representantes de entidades ligadas ao setor empresarial que defendem a sustentabilidade. Por exemplo, Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, colegiado que reúne 60 dos maiores grupos empresariais do país, com faturamento equivalente a cerca de 45% do PIB (Produto Interno Bruto) e responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Ainda, Marcello Brito, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) e Paulo Hartung, presidente da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores).
Além deles, participaram os deputados Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, e Zé Silva (Solidariedade-MG), autor do projeto de lei da regularização fundiária.
Os representantes empresariais defenderam que fosse adiante o projeto de regularização fundiária, e que a reforma tributária tenha mecanismos que estimulem a economia sustentável. Também foram pauta as leis de licenciamento ambiental. Já existem projetos sobre esses temas em tramitação na Casa.
A principal preocupação dos representantes empresariais é o desmatamento ilegal. Documento com esse conteúdo já foi assinado por dezenas de empresas, incluindo gigantes como BRF, Cargill, Bradesco e Bayer, além de investidores.
Maia teria se mostrado sensível às preocupações do grupo. Não houve, porém, o comprometimento de pautar algum projeto específico. O presidente da Câmara tem ouvido do setor privado internacional manifestações de descontentamento com a política ambiental brasileira pelo menos desde as viagens ao exterior que fez no ano passado.
O grupo já esteve com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, responsável pelo Conselho da Amazônia. Também busca marcar reuniões com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, e com o procurador-geral da República, Augusto Aras.