
A Nasa demonstrou publicamente preocupações com colisões espaciais catastróficas se houver a construção de uma megaconstelação de satélites, colocada a uma altitude de 720 quilômetros acima da superfície da Terra. O alerta veio em nota, como resposta à solicitação da empresa norte-americana AST & Science.
A intenção da AST é lançar mais de 240 satélites que seriam utilizados para o oferecimento de serviço de banda larga 4G e 5G. A companhia já levantou cerca de US$ 120 milhões para colocar em prática o plano. O pedido está sendo analisado pela Comissão Federal de Comunicações norte-americana.
Porém, alerta a Nasa, a altitude proposta para funcionamento da SpaceMobile (nome da constelação) fica próxima à de outros 10 equipamentos operados tanto por ela quanto pelo US Geological Survey e por parceiros da França e do Japão, que compõem a A-Train, que são missões de observação da Terra.
De acordo com a agência, “a experiência histórica com a A-Train mostrou que esta região particular do espaço tende a produzir um elevado número de conjunções entre objetos espaciais”. Devido ao tamanho avantajado dos equipamentos propostos (900 metros quadrados), seria preciso coordenar, para a A-Train, ao menos 1,5 mil ações de mitigação por ano e 15 mil atividades de planejamento – o que equivale a cerca de quatro manobras e 40 atividades diárias de planejamento.
Além disso, objetos dessa proporção não foram, até hoje, testados pela AST, e a falta de experiência pode tornar ao menos 10% deles suscetíveis a falhas, o que impediria seus controles. A AST & Science, por sua vez, afirmou que trabalhará com a agência espacial para amenizar dúvidas. O fundador da AST & Science, Abel Avellan, também enfatizou que a empresa sabe o que está fazendo, embora ainda não tenha lançado nenhum satélite em órbita.
Informações de Gauchazh.