
A China aumentou nesta sexta (17) em 50% o número de mortes por Covid-19 em Wuhan, cidade onde o novo coronavírus emergiu, em meio a acusações de que o governo escondeu a real extensão da epidemia.
Após a revisão, o número de óbitos na cidade passou de 2.579 para 3.869, um aumento de 1.290. O número de infecções confirmadas também foi revisto e é de 50.333, um aumento de 325 casos.
A medida parece ser uma resposta às dúvidas sobre a acurácia dos números oficiais chineses e às críticas que tentam responsabilizar o país pela crise de saúde global que já matou mais de 140 mil pessoas e causou graves impactos econômicos.
A China foi criticada por ter lidado mal com a epidemia em seu início e escondido sua dimensão apesar de depois ter agido e, aparentemente, domado o vírus. Como outros países depois sofreram com seus próprios surtos de coronavírus, cresceu a pressão para que a China explicasse como exatamente a epidemia e seu controle se desenrolaram por lá.
Em uma entrevista à agência de notícias oficial Xinhua, um funcionário não identificado do centro de comando de Wuhan disse que revisar os números era importante para proteger a credibilidade do governo e manter o respeito individual por cada vida.
O comunicado emitido pelo governo sugere que as informações foram suprimidas até que as autoridades julgassem sua divulgação “oportuna”.
O texto diz que a revisão se deu “de acordo com o quarto parágrafo, o artigo 38 da Lei da República Popular da China sobre Prevenção e Tratamento de Doenças Infecciosas, que estipula que ‘as informações sobre a situação epidêmica de doenças infecciosas serão divulgadas de maneira oportuna e precisa’; o terceiro parágrafo, artigo 25 do Regulamento sobre Preparação e Resposta a Perigos Emergentes para a Saúde Pública, que estipula que ‘as informações devem ser divulgadas de maneira oportuna, precisa e abrangente'”, diz o texto.
O trecho seguinte do comunicado, no entanto, ressalta que as leis chinesas também obrigam as autoridades a corrigirem dados estatísticos incompletos ou que apresentem “erros óbvios”.
Informações de Folha de São Paulo.