
Pesquisa do site Poder360 mostra como se distribui hoje a intenção de votos para presidente daqueles que enxergam abusos no trabalho da operação Lava Jato e daqueles que avaliam como correta a condução das investigações.

Entre aqueles que acham que a operação foi importante para combater a corrupção, mas ultimamente tem cometido abusos de autoridade, 43% dizem que votariam pela reeleição de Bolsonaro. Esse percentual é maior do que a parcela da população em geral (38%) que apoia um novo mandato para o atual presidente.
Se apenas apoiadores da Lava Jato pudessem votar no 1º turno das eleições, haveria disputa em 2º turno entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro.
Agora, se somente aqueles que enxergam irregularidades nas investigações pudessem ir às urnas, o 2º turno seria entre Bolsonaro e Fernando Haddad (que teria 23% dos votos no 1º turno). O petista disputou as eleições de 2018 no lugar de Lula, que foi condenado em duas ações da operação e passou 580 dias preso.
O ex-ministro Sergio Moro (sem partido) tem 10% de intenções de voto numa simulação para a disputa presidencial de 2022. Esse percentual vai a 15% entre os eleitores que consideram que a Lava Jato faz 1 trabalho correto.
Na simulação de eventual 2º turno entre o atual presidente, Jair Bolsonaro, e Moro, os 2 empatam com 41% das intenções de voto cada. Quando se considera o grupo de eleitores que aprova a Lava Jato, Moro vence Bolsonaro por 47% a 42%. A situação se inverte entre os que enxergam alguns abusos da operação: aí, Bolsonaro tem 45% contra 33% de Moro.
Em 2018, Bolsonaro se elegeu com discurso de apoio à operação Lava Jato, ao combate à corrupção e ao crime. Seu futuro governo ganhou mais popularidade quando, em 1º de novembro de 2018, o então juiz da Lava Jato Sergio Moro aceitou convite para comandar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
Na gestão Bolsonaro, Moro era o ministro mais conhecido e mais bem avaliado, como apontou pesquisa Datafolha divulgada em 9 de dezembro. Os dados mostraram que, à época, 93% da população conheciam o ex-juiz da Lava Jato e 53% avaliavam seu trabalho como “ótimo ou bom” na administração federal.
Antes da saída de Moro do governo, em 24 de abril, especulava-se que o governo tinha receio de que a demissão do ex-juiz causasse algum impacto negativo entre os bolsonaristas, o que não ocorreu.