
Energia elétrica mais cara impulsionou a inflação percebida entre os mais pobres em julho, que registrou o mais elevado patamar em seis meses. A informação é do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz ao falar sobre aumento de 0,50% no Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) em julho, ante alta de 0,33% em junho.
Foi a maior taxa desde janeiro (0,55%). Para o técnico, o mês de agosto deve mostrar taxa similar a de julho no indicador – que mede percepção de inflação entre famílias com ganhos até 2,5 salários mínimos mensais.
Na prática, uma nova onda de aumentos entre alimentos, no segundo semestre, deve continuar a pressionar o IPC-C1 segundo trimestre.
Na prática, uma nova onda de aumentos entre alimentos, no segundo semestre, deve continuar a pressionar o IPC-C1 segundo trimestre. Ele não descarta que o indicador encerre o ano acima da média apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que abrange famílias com ganhos até 33 salários mínimos mensais.
Braz detalhou que, de junho para julho, a inflação do grupo Habitação, classe de despesa de maior peso na formação do IPC-C1 e que representa 25,37% do total do indicador saltou de 0,7% para 0,90% de junho para julho. Isso porque a variação de preço em tarifa de eletricidade residencial passou de -0,88% para 2,33%, de junho para julho, devido à
reajustes autorizados pelo governo. Somente esse item tem peso de 5,65% no IPC-C1, e foi responsável por 26% da alta do indicador no mês, acrescentou Braz.
Energia elétrica não foi o único reajuste em preços monitorados a pressionar o índice. Outro aspecto que contribuiu para acelerar taxa do IPC-C1 no mês passado foi a gasolina 3,73% mais cara,
em julho, devido à aumento recente anunciado no preço do produto, por parte da Petrobras.
O fato de energia elétrica pesar mais na cesta orçamentária das famílias mais pobres também fez que o IPC-CI ficasse acima do IPC-BR do mês, que subiu 0,49% em julho. Nesse último indicador, energia elétrica representa 3,91% do total.